A inserção das mulheres no mercado de trabalho hoje em dia não surpreende ninguém, mas mesmo assim, existem profissões onde a presença das mulheres é recente e menor em comparação com a presença dos homens, como é o caso das profissões relacionadas com o campo da construção. Em Portugal, as mulheres representam 7,2% do número total de pessoas empregadas no setor da construção, em comparação com 92,8% que são homens, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Especificamente, os dados revelam que em 2021 havia mais 1.700 mulheres empregadas no setor da construção do que em 2019. Um aumento que os peritos consideram positivo, apesar de advertirem que "ainda há muito a fazer, uma vez que a diferença de género que existe no setor é muito maior do que noutros setores, tais como o setor dos serviços", apontam os peritos da habitissimo.
Quando analisamos as causas por detrás das fortes barreiras que impedem a incorporação das mulheres neste setor, deparamo-nos com uma série de ideias enraizadas, que são o resultado de ideias pré-concebidas sobre que tipos de profissões são próprias para os homens e quais são para as mulheres. Aquelas que decidem tentar a sua sorte numa atividade que está a crescer ainda têm de enfrentar numerosos preconceitos e estereótipos. No entanto, é um setor que lhes pode oferecer melhores condições e salários do que outros em que as mulheres tendem a procurar emprego mais frequentemente, tais como serviços ou atividades de cuidados. Mesmo assim, a sociedade evoluiu e cada vez mais mulheres estão a entrar no setor da construção. A Internet tem sido a ferramenta-chave para ajudar a quebrar o fosso entre os sexos que existe em certas profissões.
Na habitissimo, realizamos um estudo para obter uma compreensão profunda do papel das mulheres no setor da construção, fazendo um levantamento dos seus profissionais no setor da construção. Os resultados mostram que 87% dos profissionais são homens, comparados com 13%, que são mulheres. Se compararmos com os números oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE), podemos ver que as mulheres que utilizam a Internet para promover os seus serviços têm uma maior presença no setor. "A Internet permite aos utilizadores contratar profissionais com base no seu trabalho e na sua reputação online, para além do género do profissional", afirmam os especialistas da plataforma.
Quanto ao estatuto legal, podemos ver que 64% das mulheres são independentes, e 36% são empresárias com menos de 10 empregados. Relativamente à atividade principal das empresas lideradas por mulheres, podemos ver que 43% são dedicadas a projetos de renovação de casas. No escalão seguinte podemos encontrar os dedicados à limpeza e desinfeção de casas, com 14%. 12% concentram a sua atividade nos ofícios tradicionais (pintoras, estucadoras, carpinteiras...).
Das empresas lideradas por mulheres, 50% das empresas estão em funcionamento há mais de 2 anos. Nove por cento das empresas estão em funcionamento há entre 1 e 2 anos e finalmente 41% estão em funcionamento há menos de 1 ano. Podemos ver que este último grupo são mulheres que, após a crise da covid-19, foram forçadas a criar a sua própria empresa a fim de terem um lugar no setor.
